top of page

TERCEIRO DIA: 09 DE NOVEMBRO

Minicursos Teóricos

image.png

I – Células CAR-T
Palestrante: Dra. Lucila Nassif Kerbauy

Células CART: inovações e suas limitações

As células CAR-T (Chimeric Antigen Receptor T cells) são linfócitos T geneticamente modificados para expressar receptores quiméricos de antígeno (CAR), projetados para reconhecer e destruir células cancerígenas. Esses receptores combinam a especificidade dos anticorpos com a capacidade de ativação dos linfócitos T, permitindo uma resposta imunológica dirigida contra antígenos específicos presentes nas células tumorais. Após variadas modificações, as células são expandidas em cultura e reinfundidas no paciente, onde reconhecem e atacam as células cancerígenas. A palestra busca falar sobre as inovações promissoras no tratamento de cânceres hematológicos, como a leucemia linfoblástica aguda (LLA) e o linfoma de células B, incluindo o linfoma difuso de grandes células B (DLBCL). Além disso, será abordado sobre as limitações de trabalhar com células CAR-T, que se resume em seus efeitos colaterais: síndrome de liberação de citocinas (CRS), caracterizado por febre alta, hipotensão e hipóxia, e a neurotoxicidade, que pode causar inflamação cerebral e outros sintomas neurológicos.

rainho.png

II - Genética do Câncer
Palestrante: Profa Dra. Cláudia Aparecida Rainho

Marcadores genéticos e epigenéticos no câncer: abordagens para a medicina de precisão

O termo "câncer" refere-se a um conjunto de doenças heterogêneas e complexas que se desenvolvem em múltiplas etapas, decorrentes do acúmulo de alterações genéticas e epigenéticas. As alterações moleculares adquiridas pelas células tumorais estão associadas à progressão da doença, à recorrência e à resistência a terapias. O desenvolvimento de biomarcadores moleculares tem como objetivo avaliar o risco, diagnosticar, prognosticar e direcionar o tratamento do câncer. Este minicurso apresentará o conhecimento atual sobre o papel das alterações moleculares no câncer e fornecerá uma visão ampla, destacando o potencial dos estudos epigenéticos no contexto da medicina de precisão.

Captura de tela 2024-09-25 184705_edited.jpg

III - Monitoramento Neurofisiológico Transoperatório
Palestrante: Derick Enrique Modena Tassin

Neurofisiologia Intraoperatória: como é a atuação do biomédico?

​​A Monitorização Neurofisiológica Intraoperatória é um procedimento avançado que utiliza um aparelho para monitorar constantemente a atividade elétrica do encéfalo, medula e nervos periféricos durante procedimentos cirúrgicos. Essa abordagem é crucial para preservar a função neurológica, identificar lesões no sistema nervoso antes que se tornem irreversíveis e mapear estruturas neurológicas durante o procedimento. Atualmente, essa técnica é amplamente utilizada, sendo alguns dos principais procedimentos em que ela se aplica: implantes de eletrodos cerebrais profundos para controle da Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento, além de cirurgias Modulares para tratamento de dores crônicas. Visando um entendimento maior em relação a atuação do biomédico nessa área, especifica-se um estudo de caso: J.C.A de 56 anos está voltando de avião de uma longa viagem e sofre uma forte enxaqueca durante o voo. Quando aterrissa, procura um médico e imediatamente é internado para uma neurocirurgia de urgência. Uma equipe de Neurofisiologistas é acionada para atender o caso e você foi chamado. O que esperar dessa situação? Quais técnicas estão envolvidas? Como salvar essa vida?

esdras.jfif

IV - Toxicologia Neurocomportamental
Palestrante: Prof. Dr. Esdras Barbosa Garcia

Conceitos e aplicações de testes neurocomportamentais e seu uso como ferramentas para a investigação toxicológica.

Os testes neurocomportamentais se inserem como ferramentas de investigação toxicológica, tanto da eficácia de medicamentos quanto da segurança de substâncias químicas com esse potencial tóxico. Sobretudo com a exposição e consumo expressivo de fármacos, cosméticos, produtos de higiene, entre outros no cotidiano humano, torna-se essencial o conhecimento sobre o reflexo dessas substâncias no Sistema Nervoso Central. Nesses efeitos, pode-se ainda discutir sobre o comprometimento da memória e aprendizagem, além da relação com hiperatividade, ansiedade e depressão. Com esse cenário, o minicurso apresentará explicações teóricas auxiliando na implementação e aperfeiçoamento dos testes neurocomportamentais, a partir de protocolos de padronização para ensaios, programas de análise, bem como acessórios para a execução e análise. Dessa forma, haverá a oferta de subsídios para operacionalizar os testes neurocomportamentais nos grupos de pesquisa, além da criação de uma rede de apoio para solucionar situações-problema.

image.png

V - Citologia Oncótica
Palestrante: Profa Dra. Maria Luiza Cotrim Sartor de Oliveira

Citologia diagnóstica

A citologia, ou citopatologia, tanto com fins diagnósticos quanto de rastreamento, tornou-se uma ferramenta crucial no combate ao câncer nas últimas décadas. Existem dois tipos principais de citologia: a esfoliativa (ginecológica e não ginecológica) e a aspirativa. Esse exame permite a coleta de células de determinados tecidos ou órgãos do corpo, possibilitando, após análise microscópica, a avaliação da presença de malignidade ou benignidade. A citopatologia clínica é uma área de habilitação profissional abrangendo cursos como Biomedicina, Farmácia, Biologia, Enfermagem e Medicina. O treinamento adequado de profissionais para atuar nesta área, avaliando e emitindo laudos citológicos, é de suma importância.

vera.jpg

VI - Cosmetologia
Palestrante: Profa Dra. Vera Lucia Borges Isaac

A cosmetologia aplicada à saúde

Durante o minicurso, serão explorados temas como a composição de cosméticos, os princípios ativos mais comuns, e como esses produtos interagem com a pele. Além disso, serão discutidas as necessidades específicas de cada tipo de pele, e como escolher os produtos adequados para cada condição, sendo elas desde cuidados rotineiros até situações mais específicas em casos de sensibilidade ou alguma doença de pele. Os participantes terão a oportunidade de aprender sobre os avanços tecnológicos na indústria cosmética, as tendências atuais em cuidados com a pele, e a importância da segurança e regulamentação dos produtos cosméticos. Este minicurso proporcionará uma visão abrangente sobre cosmetologia, integrando conhecimentos científicos e práticos essenciais para profissionais da área da saúde que tenham interesse na área dermatológica.

Palestra IV - Inteligência Artificial e seus Usos na Saúde

Perfil_square.jpg

O papel transformador da Inteligência Artificial: Avanços e perspectivas na saúde
Palestrante: Prof. Dr. Helder Nakaya
 

Estamos vivendo uma era de transformações significativas e a integração responsável da IA pode aprimorar os cuidados de saúde e a qualidade de vida das pessoas. A palestra irá explorar como a Inteligência Artificial (IA) está sendo aplicada na pesquisa biomédica e no setor de saúde, revolucionando práticas e trazendo novas perspectivas. Também será discutido os aspectos éticos envolvidos nessa revolução tecnológica, incluindo questões de privacidade, segurança de dados, viés algorítmico e o impacto da IA na relação paciente-profissional de saúde.

Mesa Redonda II - Inovações no Tratamento do Câncer

Jose-Barbuto_200 (2).webp

Inovações no Tratamento do Câncer e Vacina
Palestrante: Prof. Dr. José Alexandre Barbuto

Células Dendríticas: Elementos essenciais na fisiologia do Sistema Imune e potencialmente eficazes na imunoterapia do câncer

Na palestra serão abordados os papéis das células dendríticas na fisiologia do sistema imune e como estes papéis podem ser explorados para a imunoterapia do câncer. Neste contexto, serão apresentados os efeitos, imunológicos e clínicos, obtidos com o uso de vacinas terapêuticas baseadas em células dendríticas para trata mento de pacientes com diferentes neoplasias

image.png

Inovações no Tratamento do Câncer e Organoides
Palestrante: Profa Dra. Silvia Regina Rogatto

Organoides derivados de tumores avançados como plataforma de medicina de precisão

A metástase é a principal causa de morte, aproximadamente 90%, em pacientes com câncer, cujo tratamento é um desafio. Linhagens celulares tumorais e xenoenxertos derivados de pacientes têm sido utilizados como modelos para investigar o comportamento, progressão, metástase e resposta das células tumorais ao tratamento, entre outros. Estes estudos têm contribuído para aumentar o conhecimento dos diversos mecanismos associados ao câncer. No entanto, esses protocolos são trabalhosos, demorados e apresentam diversas limitações. Os organoides derivados de tumor (TDO) são um modelo pré-clínico robusto para avaliar a sensibilidade aos medicamentos em nível individual e sugerir novas opções de tratamento. Além disso, os TDOs compartilham a heterogeneidade tumoral detectada no tumor do qual se derivou além de manter as suas características moleculares. Estabelecemos TDOs de câncer colorretal metastático (mCCR) e carcinoma seroso de ovário, dois tipos de tumor agressivos. Esses pacientes apresentam prognóstico desfavorável, opções terapêuticas limitadas e frequente resistência à quimioterapia. A disseminação metastática para a cavidade peritoneal pode promover o acúmulo de um exsudato denominado ascite, característica associada a um prognóstico muito ruim e baixa sobrevida dos pacientes. Descreveremos os resultados da análise do transcriptoma de TDOs de mCCR (biópsias) e carcinoma seroso de ovário (ascite ou derrame pleural) e testes de sensibilidade a medicamentos. Demonstraremos que a oncologia de precisão usando uma abordagem funcional com organoides derivados de um paciente individual e testes de sensibilidade in vitro é uma estratégia promissora para tipos de tumores avançados. Esta estratégia tem o potencial de identificar o melhor tratamento para pacientes individuais e aumentar a eficácia das terapias em casos metastáticos.

6090.png

Inovações no Tratamento do Câncer e Oncohematologia
Palestrante: Prof. Dr. Carmino Antônio de Souza

Avanços no diagnóstico e tratamento dos linfomas agressivos

Os linfomas não-Hodgkin (LNH) são neoplasias de linfócitos maduros, podendo ser de linfócitos B (90% dos casos) ou de linfócitos T. Trata-se de um grupo heterogêneo composto por mais de 60 tipos distintos, alguns com comportamento indolente e outros bastante agressivos. Estima-se que, em 2020, tenham ocorrido 12.030 novos casos de LNH no Brasil, sendo a oitava neoplasia mais frequente em homens e a décima em mulheres. O linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) é o subtipo mais comum, de caráter agressivo, responsável por quase 50% dos casos de LNH na América Latina.

O tratamento convencional combina o anticorpo monoclonal rituximabe (anti-CD20) com quimioterápicos como a ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona, em um esquema popularmente conhecido como R-CHOP. Cerca de 20 a 50% dos pacientes, dependendo do número de fatores prognósticos presentes, serão refratários ou apresentarão recidiva após esse tratamento. Entre os pacientes refratários ou com recaída precoce, 30 a 40% respondem a uma segunda linha de tratamento convencional, que é consolidada com altas doses de quimioterapia e transplante autólogo de medula óssea. Pacientes que recaem nessa fase respondem mal a novas linhas de tratamento, o que resulta em um prognóstico desfavorável. De forma similar, pacientes refratários à segunda linha de tratamento têm baixas chances de resposta a novas terapias, com uma sobrevida média de cerca de 4,4 meses.

Recentemente, a terapêutica com o uso de células CAR-T tem mostrado resultados promissores em pacientes com doença em fase avançada e refratários aos tratamentos disponíveis. Embora existam diversos escores prognósticos para estimar a probabilidade de resposta ao tratamento e sobrevida no LDGCB, ainda faltam técnicas capazes de predizer com exatidão quais pacientes terão recaída da doença. Por isso, recorre-se ao seguimento clínico e a exames de imagem, especialmente o PET-CT, considerado o exame de imagem ideal para essa doença. Esse exame é extremamente importante quando realizado ao final do tratamento, pois fornece a resposta mais precisa possível em pacientes com LDGCB. Contudo, questões como os potenciais efeitos adversos da exposição à radiação e possíveis casos de falsos negativos levantam questionamentos sobre seu uso como ferramenta de monitoramento de recidivas.

Portanto, a implantação de metodologias mais eficazes e seguras para avaliar a resposta ao tratamento e detectar precocemente as recidivas é de grande importância no cuidado de pacientes com LDGCB. Testes moleculares, com capacidade de detectar precocemente respostas subótimas, podem ser ferramentas poderosas na otimização da jornada do paciente. Com um painel amplo de genes e um número maior de pacientes, talvez seja possível obter conclusões mais robustas sobre o valor prognóstico desses testes, utilizando uma variedade de metodologias investigativas.

bottom of page